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Blog da Bella Falconi

5 erros comuns cometidos por pessoas que querem emagrecer

Bella Falconi

25/10/2019 04h00

iStock

Seja por motivos estéticos ou de saúde, muitas pessoas hoje têm o desejo de emagrecer, o que é positivo quando feito dentro dos limites do bem-estar.

No entanto nem sempre aqueles que querem emagrecer adotam as estratégias mais adequadas para alcançar os seus objetivos, tendendo até a radicalismos e dietas extremas que até proporcionam perda de peso na balança, mas custam a saúde plena, vidas sociais e, em casos extremos, a sanidade e saúde mental.

Salvos os casos de pessoas que têm o metabolismo acelerado por natureza, emagrecer não é algo simples. Além disso, muitos pensam de forma inadequada no conceito de emagrecimento, associando-o apenas aos números na balança, sem considerar emagrecimento como redução do percentual de gordura corporal. Emagrecer significa perder gordura, o que é diferente de apenas perder peso.

Muitas vezes, inclusive, podemos aumentar de peso na balança e mesmo assim estar emagrecendo, com redução de medidas, redução da circunferência abdominal e aumento da massa muscular. Logo, apenas considerar a balança, não necessariamente indica emagrecimento. Se fôssemos pensar no assunto considerando apenas o IMC e a balança como referência, alguns atletas fitness e fisiculturistas poderiam ser considerados obesos, mesmo tendo percentuais baixíssimos de gordura corporal, abaixo dos 10%.

No entanto, estar magro e com saúde não significa zerar o percentual de gordura corporal, e sim mantê-lo em patamares considerados saudáveis, pois até mesmo a gordura tem funções biológicas, inclusive para o sistema reprodutor e na produção de hormônios.

Em mulheres, o percentual de gordura considerado saudável está entre 18% e 22%. Quando abaixo de 12%, pode causar complicações na menstruação, por conta de alterações hormonais. Já entre 15% e 18%, o percentual é considerado ótimo, como costuma ser nos atletas. Acima de 22% moderado e acima 25% trata-se de um quadro de obesidade e pode acarretar em problemas de saúde.

Para homens, o percentual considerado saudável fica entre 18% e 21%. Na faixa de 12% a 17%, é considerado um nível bom ou ótimo, e abaixo de 12% é considerado excelente e encontrado em pessoas com perfil atlético. O percentual mínimo que um homem deve ter para se manter vivo é de 3%, mas este nível é extremamente perigoso. Atletas fisiculturistas extremamente "rasgados", com definição muscular dignas do Olimpo, costumam ter entre 5% a 7% de gordura corporal, mas este percentual baixíssimo não é sustentável o ano inteiro, sendo atingido em geral apenas para as competições.

Dito isto, se você decidiu que quer emagrecer, é importante começar pelo caminho certo. Abaixo listei 5 erros que são comuns em algumas dietas de emagrecimento e que muitos acabam cometendo por falta de orientação.

Automedicação para emagrecer
Existe um imenso perigo ao realizar a automedicação. Tomar qualquer medicamento sem prescrição médica pode causar o efeito inverso e ser extremamente prejudicial para a saúde. Supressores de apetite e antidepressivos que possuem como efeito colateral a perda do apetite são os tipos mais utilizados e também mais perigosos quando não administrados com acompanhamento médico.

Com a automedicação pode acontecer de o remédio contribuir para a perda de peso, mas os efeitos colaterais como desorientação, irritabilidade, tontura, alterações no SNC (sistema nervoso central) e até mesmo AVC e taquicardia são possíveis. Em busca da fórmula mágica e acreditando na promessa de resultados extraordinários e rápidos, muitas pessoas acabam não levando em conta com os riscos ou um possível efeito rebote.

Achar que dietas da moda ou das famosas são perfeitas para você
Quem nunca se sentiu tentado(a) a aderir a uma dieta que está em alta e que, alegadamente, tem proporcionado resultados quase miraculosos? Ainda mais na era das redes sociais, em que o marketing e a propaganda são praticamente virais, com uma enorme quantidade de fotos do antes e depois (que muitas vezes são manipuladas ou não são de pessoas que realmente seguiram aquela dieta) e que são fortemente indicadas por pessoas famosas, influenciadores e personalidades.

Não vou entrar no mérito da dieta X ou Y ser eficaz ou não, e sim no fato de que aquela dieta não tem o principal: ela não foi feita para você e para a sua individualidade biológica.

Existem sim algumas dietas que podem ser até adequadas, mas o perigo de seguir uma dieta radical e que promete resultados miraculosos está principalmente na falta de balanceamento de nutrientes essenciais e calorias. Obviamente, ao gerar déficit calórico, qualquer dieta promove perda de peso, mas não necessariamente emagrecimento, e o pior: por serem insustentáveis no longo prazo podem fazer a pessoa facilmente recuperar todo o peso perdido ao desistir daquela dieta, gerando cada vez mais frustração e, potencialmente, distúrbios de ordem alimentar e psicológica. O ideal é que um nutricionista seja sempre consultado.

Dietas muito restritivas
Além de insustentáveis, dietas muito restritivas podem levar o organismo a responder com a produção de substâncias tóxicas devido a longos períodos de privação de nutrientes essenciais ou até mesmo elevar o nível de gordura e colesterol ruim na corrente sanguínea.

Dietas muito restritivas podem também desacelerar o seu metabolismo. Logo, quando você volta a comer normalmente, recupera até mais peso do que o que foi perdido, contribuindo para o aumento das celulites, estrias e outros problemas de pele.

Usar o peso na balança como única referência
O nosso peso pode variar ao longo do dia em vários quilos, e isso se deve a diversos fatores como retenção de líquidos, circulação, ingestão de carboidratos após período de privação e por aí vai.

É preciso levar em conta para definir o emagrecimento as medidas e o percentual de gordura corporal. Se olhar no espelho, sentir como as roupas ficam mais folgadas na cintura são maneiras simples de atestar que se está emagrecendo e não apenas perdendo peso.

Muitas vezes, com dietas muito restritivas, perde-se também massa muscular e água, promovendo perda de medidas e de peso, mas longe de ser a melhor forma de emagrecer. Quanto mais massa muscular você tiver, maior será o seu metabolismo, pois os músculos para se manter precisam de muita energia, favorecendo o emagrecimento.

Transformar suplementos em 'milagres'
Os suplementos alimentares são eficazes no que se propõem, mas não são substitutos de uma alimentação equilibrada, são complementares para atingir determinadas cotas nutricionais condizentes com o seu objetivo.

Um shake de whey protein pode ser uma forma prática e mais fácil para você consumir a quantidade de proteína necessária, conforme meta nutricional estabelecida, mas não é substituto de refeições e da alimentação. Logo, não se deve dar aos suplementos o status de elixires mágicos que irão da noite para o dia prover tudo que o corpo precisa.

Sobre o autor

Bella Falconi é bacharel em nutrição e mestre em nutrição aplicada pela Northeastern University, nos Estados Unidos. Atualmente É pós-graduanda em Teologia e pioneira do movimento saudável nas redes sociais. Bella também é ex-atleta fitness e ministra palestras motivacionais em vários lugares do mundo, principalmente no Brasil.

Sobre o blog

Dicas e artigos sobre saúde e bem-estar, com foco no equilíbrio e nas realizações pessoais. A ideia central do blog é motivar e também desmistificar diversos assuntos sobre alimentação saudável.

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