Blog da Bella Falconi http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br Dicas e artigos sobre saúde e bem-estar, com foco no equilíbrio e nas realizações pessoais. A ideia central do blog é motivar e também desmistificar diversos assuntos sobre alimentação saudável. Fri, 20 Mar 2020 07:00:28 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Coronavírus: por que agora não é momento para fazer dietas restritivas http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/2020/03/20/coronavirus-por-que-agora-nao-e-momento-para-fazer-dietas-restritivas/ http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/2020/03/20/coronavirus-por-que-agora-nao-e-momento-para-fazer-dietas-restritivas/#respond Fri, 20 Mar 2020 07:00:28 +0000 http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/?p=609

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Estamos vivendo tempos difíceis. A pandemia do coronavírus é o principal assunto em todo o mundo e está trazendo consequências nunca antes vistas em diversas esferas. Na ausência de uma vacina ou medicamentos e por se tratar de um vírus totalmente novo, para o qual não estávamos preparados, o medo e a incerteza tomam conta de muitos de nós, que não sabemos o que fazer a seguir. A única coisa com a qual podemos contar agora são os procedimentos de quarentena e as medidas de segurança e principalmente com o nosso sistema imunológico.

Então, o que realmente se pode fazer no combate ao coronavírus? Ter uma vida saudável. E vida saudável vai muito além da nutrição. O Ministério da Saúde tem recomendado, no âmbito nutricional que se mantenha uma boa ingestão de proteínas e se evite dietas restritivas. Sendo assim, o período que vivemos não é o mais indicado para você fazer aquele tratamento de choque pra secar rápido, cortando carboidratos ao extremo ou fazendo loucuras nutricionais para atingir déficit calórico. O recomendado é manter uma alimentação balanceada, com todos os macronutrientes de acordo com as necessidades do seu corpo.

Fora isso, as demais medidas recomendadas para evitar o contágio com o coronavírus são mais comportamentais do que nutricionais: manter a higiene corporal em dia, dormir bem (7 a 8h por dia), evitar situações de estresse, lavar as mãos frequentemente com sabão e água corrente, beber líquidos e se manter hidratado, evitar levar a mão aos olhos, nariz e boca, evitar contato físico com outras pessoas e manter a quarentena. O isolamento é fundamental neste momento para prevenir o contágio.

Logo, ter uma vida saudável é o melhor remédio não apenas contra o coronavírus, mas contra qualquer infecção. Não acredite em fórmulas mágicas e tratamentos milagrosos para prevenir doenças e sim em uma filosofia de vida sempre saudável, regrada, organizada, com boa higiene pessoal e do ambiente em que você vive. Não é da noite para o dia que nos tornamos saudáveis e sim mantendo um estilo de vida em que cuidar da alimentação, da saúde e do bem-estar é uma prioridade constante.

E os suplementos e vitamina C?

Infelizmente onde há dúvidas e medo sempre existem os aproveitadores, que disseminam notícias falsas e tentam lucrar com o desespero das pessoas, oferecendo produtos milagrosos e receitas mágicas para combater a covid-19, produtos que supostamente fortalecem quase que de imediato o sistema imunológico, mas que nem sequer possuem comprovação científica. As promessas vão desde suplementos de origem duvidosa feitos com “extratos naturais” até recomendar categoricamente o consumo de substâncias e alimentos sem ter a habilitação acadêmica e médica para isto. Segundo estas pessoas irresponsáveis, os métodos são infalíveis para aumentar a sua imunidade contra o novo coronavírus… não acreditem em tudo que vocês leem na internet.

Os estudos recentes apontam que o coronavírus não é como uma gripe comum. Sendo assim, ao contrário do que muitos pensavam a princípio, inclusive alguns profissionais da área, medidas comumente adotadas para fortalecimento da imunidade e combate ao vírus como aumentar a ingestão de vitamina C, Zinco e outros compostos não são a mais eficazes para combater o temido vírus. Aumentar a ingestão de alimentos e suplementos que contenham estes nutrientes ajuda o corpo em diversos outros processos, mas não necessariamente no combate ao vírus da covid-19. Inclusive, segundo comunicado da Sociedade Brasileira de Infectologia, consumir vitamina C não é recomendado no tratamento do novo coronavírus por falta de evidência científica. Lembrem-se que tudo isto é muito novo para todos.

Existem suplementos alimentares como a L-glutamania, o ômega 3 e a chlorella que podem ajudar o sistema imunológico, mas não são considerados curas ou prevenção para o coronavírus. Contudo é importante salientar que o sistema imunológico tem que estar forte e em dia para a saúde de um modo geral e não apenas pensando nessa situação.

Referências
INFORME DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE INFECTOLOGIA (SBI) SOBRE O NOVO CORONAVÍRUS (Atualizado em 12/03/2020) – https://www.infectologia.org.br/admin/zcloud/principal/2020/03/Informativo-CoV-12-03-2020.pdf
Effects of Omega-3 Fatty Acids on Immune Cells – https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6834330/
L-Glutamine in vitro Modulates some Immunomodulatory Properties of Bone Marrow Mesenchymal Stem Cells – https://link.springer.com/article/10.1007/s12015-017-9746-0
Glutamine – Biochemistry, Physiology, and Clinical Applications – https://www.taylorfrancis.com/books/e/9781315373164/chapters/10.1201/9781315373164-1
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Alecrim é erva antioxidante: veja alguns benefícios e contraindicações http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/2020/03/06/alecrim-e-erva-antioxidante-veja-alguns-beneficios-e-contraindicacoes/ http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/2020/03/06/alecrim-e-erva-antioxidante-veja-alguns-beneficios-e-contraindicacoes/#respond Fri, 06 Mar 2020 07:00:11 +0000 http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/?p=606

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O alecrim é uma erva originária da região do Mediterrâneo, considerada uma das mais completas quando temos em conta os seus benefícios à saúde, que vão combate a depressão e a hipertensão até melhorias do cognitivo. Por esse motivo, essa erva vem sendo alvo de diversos estudos ao longo de muitos anos e é uma velha conhecida da sabedoria popular e na cultura indígena.

Apesar disso, muitos ainda não conhecem ou não desfrutam dos benefícios incríveis de adicionar esta erva na dieta, que é fácil de ser encontrada em feiras e tem custo acessível. Inclusive, o alecrim muitas vezes nasce sem sequer ser cultivado, como diz a canção popular (“alecrim, alecrim dourado que nasceu no campo e não foi semeado”) é também chamada de erva da alegria, isto porque os seus óleos essenciais favorecem a produção de neurotransmissores que promovem a sensação de bem estar.

Mas não é apenas para a saúde física e mental que o alecrim pode ser usado. A erva também é apreciada como aromatizante de ambientes, e na gastronomia tem sido empregada em diversas culturas para realçar os sabores de alimentos carnes, legumes, molhos e pães.

Seja como chá, tintura ou óleo essencial, tudo no alecrim pode ser aproveitado para benefício da sua saúde e para o seu bem estar. Separei alguns dos benefícios do alecrim entre os muitos existentes. Confira:

1. Combate a hipertensão

O alecrim possui propriedades que ajudam a melhorar a circulação sanguínea, deste modo ajuda a diminuir a pressão arterial. A erva está entre as plantas mais relatadas na literatura científica com potencial anti-hipertensivo, apresentando diferentes ações.

A propriedade anti-hipertensiva das plantas baseia-se na produção de metabólitos secundários que atuam sobre diferentes mecanismos, promovendo a diminuição da pressão arterial. Nesse contexto, são várias as plantas com propriedades medicinais que são utilizadas para tratar a hipertensão arterial. Em trabalho realizado por Oliveira e Araújo (2007), idosos relataram usar plantas para a prevenção da elevação da pressão arterial ou para a redução de valores pressóricos já elevados.

2. Anti-caspa e antiqueda

O óleo essencial de alecrim aplicado no couro cabeludo é usado na medicina popular para combater queda capilar e a caspa, e também tem demonstrado esta mesma eficácia em testes de laboratório.

O ácido carnósico, contido no alecrim, atuou como principio ativo para curar danos do tecido e do nervo, segundo apontado em um estudo . Essa mesma capacidade de curar as terminações nervosas também pode rejuvenescer os nervos do couro cabeludo, possivelmente restaurando o crescimento do cabelo.

Uma versão de teste de 2015 publicado na Biblioteca de Medicina e Saude dos EUA e na revista PubMed colocou o óleo essencial contra o minoxidil, comercialmente conhecido como Rogaine. Ambos foram utilizados em seres humanos com alopecia (calvície masculina ou feminina ). Os resultados mostraram que o óleo essencial de alecrim era tão eficaz quanto o minoxidil.

3. Poderoso antioxidante

Rico em Ácido ascórbico, que age contra gripes, o Alecrim é considerado um antioxidante, beneficiando o corpo com saúde e manutenção da juventude. De fato, a União Europeia aprovou o extrato de alecrim (E392) como um antioxidante natural seguro e eficaz para a preservação de alimentos.

4. Estudos apontam que ele pode combater a depressão

Em estudos realizados na Universidade Federal de Santa Catarina, camundongos foram submetidos a uma situação de estresse e depois observou-se qual era o efeito do extrato do alecrim sobre as cobaias. Em seguida os pesquisadores compararam o efeito com a administração de fluoxetina, que é um antidepressivo. Os resultados obtidos com o alecrim foram semelhantes aos apresentados com o uso do medicamento.

Contraindicações

O chá ou tintura deve ser evitado na gravidez ou lactação, menores de 12 anos, prostáticos e pessoas com diarreia. A ingestão de doses elevadas provoca irritações gastrointestinais e nefrite. A essência de alecrim pode ser irritante para pele.

Referências
II Congresso Brasileiro de Ciências da Saúde – PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS NO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL
Pubmed: Rosemary oil vs minoxidil 2% for the treatment of androgenetic alopecia: a randomized comparative trial (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25842469)
Edaravone and carnosic acid synergistically enhance the expression of nerve growth factor in human astrocytes under hypoxia/reoxygenation (https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0168010211000022)
Rosmarinus officinalis L. (rosemary) as therapeutic and prophylactic agent (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6325740)
Free radicals, antioxidants in disease and health (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23675073)
Food Standards Agency. Current EU approved additives and their E Numbers. Food Standards Agency. 2016. (www.food.gov.uk/science/additives/enumberlist)
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Anda comendo suas emoções? Veja como superar a fome emocional http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/2020/02/21/anda-comendo-suas-emocoes-veja-como-superar-a-fome-emocional/ http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/2020/02/21/anda-comendo-suas-emocoes-veja-como-superar-a-fome-emocional/#respond Fri, 21 Feb 2020 07:00:55 +0000 http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/?p=601

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Talvez você nunca tenha ouvido falar nisso, mas a fome emocional é um problema sério e que pode resultar em muito mais do que apenas ganho de peso ou quadros mais severos de obesidade, mas também em outras doenças a partir da premissa de um desequilíbrio emocional.

A fome emocional é desencadeada por um desejo ou uma necessidade de comer difícil de controlar e que pouco tem a ver efetivamente com um fator fisiológico. Ela costuma surgir repentinamente e geralmente só é saciada através da ingestão de alimentos calóricos, ricos em açúcar e/ou gordura, o que reafirma sua origem emocional e psicológica.

O grande problema é que esta fome emocional pode também vir acompanhada de uma compulsão, que leva a ingestão alimentar mesmo após a sensação de se estar cheio. É uma combinação que causa diversos males e que conduz a um comportamento totalmente disfuncional.

Como reconhecer?

A diferença entre a fome fisiológica em relação a fome emocional é que ela ocorre de forma gradual, sendo saciada por uma grande variedade de alimentos e resulta em uma interrupção na vontade de comer após o corpo sinalizar que está satisfeito. Já a fome emocional costuma ser desenfreada e pode ser desencadeada quando se busca evitar emoções, decepções, problemas de ordens diversas e assim obter um refúgio ou conforto na comida. É uma forma de descarregar tensão, raiva ou frustração.

A fome psicológica tem causas e origens mais profundas do que muitos supõem. Este comportamento alimentar disfuncional costuma estar ligado a outros problemas psicológicos, como situações de depressão, perturbações de ansiedade, problemas de baixa autoestima e autoimagem corporal, entre outros.

E como vencer a fome emocional e se tornar uma pessoa mais bem disposta e mais saudável? Existem uma série de procedimentos que podem ser adotados, mas o primeiro passo de todos é reconhecer que precisa mudar, que algo está errado, e que precisa de ajuda.

1. Encare a mudança

Por mais difícil que pareça ser no começo, você está investindo em si e em um futuro com qualidade de vida. Para isso, é preciso encarar a mudança e assumir que você tem que sair da sua zona de conforto. Esse é o primeiro passo. No entanto, não encare isto como uma obrigação ou imposição: encare a mudança com sua amiga. Afinal, você se sente bem com seus hábitos atuais ou você quer cuidar mais ainda da sua saúde e evitar doenças e outros tipos de problemas? Seja mais forte do que a sua dor.

Já acompanhei muitos casos de pessoas que não estão satisfeitas com alguma coisa, seja com o corpo, com a saúde ou até mesmo com o estilo de vida que leva. Porém, quando se dão conta que para alcançar os resultados e benefícios que esperam será necessário submeter-se a mudanças e a trabalhar duro em prol daquilo, aquela pessoa acaba encontrando desculpas para não o fazer. Seja mais forte do que a sua melhor desculpa e esteja realmente disposto a mudar.

2. Chegue ao cerne do problema

Tente entender o que desencadeia a sua fome emocional (o estresse e a ansiedade, por exemplo). A partir deste mapeamento será possível encontrar maneiras mais adequadas de lidar com as dificuldades emocionais a partir de sua origem.

3. Ocupe a mente

Tente desviar a sua mente dos pensamentos sobre comida. Ocupe-se a mente e o seu tempo livre com alguma tarefa que lhe traga satisfação e que o mantenha longe da geladeira, como por exemplo dar uma volta pela cidade, ver um filme, conversar com um amigo, ler um livro, etc.

4. Tenha um grupo de apoio

Procure se cercar de pessoas amigas, formando uma rede social de apoio, que te possibilitem ter quem desabafar e conversar nos momentos mais difíceis. Fazer parte de um clube ou associação pode ajudar.

5. Evite radicalismos

Pessoas compulsivas devem evitar fazer dietas restritivas. Devido a alta restrição calórica, este tipo de estratégia alimentar costuma desencadear um maior desejo por alimentos calóricos em pessoas que já sofrem quadros de compulsão alimentar.

Evite dietas radicais e loucuras nutricionais, que podem até momentaneamente resultar em perdas extraordinárias de peso, mas que logo pode ser recuperado em quadros de ansiedade e descontrole emocional.

6. Busque ajuda profissional

Se você já fez outras tentativas de vencer a fome emocional e não obteve êxito, então é hora de buscar ajuda profissional, de um terapeuta, psicólogo e um nutricionista. Quadros compulsivos afetam a vida diária daqueles que sofrem com este desequilíbrio, por isso merecem total atenção.

Quando a fome emocional se transforma numa perturbação do comportamento alimentar (como uma compulsão alimentar, por exemplo) é indispensável o tratamento psicoterapêutico para prevenir o seu agravamento e o desenvolvimento de outros problemas psicológicos futuros.

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4 dicas simples para comer bem em tempos de orçamento apertado http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/2020/01/31/4-dicas-simples-para-comer-bem-em-tempos-de-orcamento-apertado/ http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/2020/01/31/4-dicas-simples-para-comer-bem-em-tempos-de-orcamento-apertado/#respond Fri, 31 Jan 2020 07:00:09 +0000 http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/?p=598

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Em tempos de crise, quando o orçamento está apertado e não deixa margem confortável para luxos, fazer uma alimentação saudável acaba, infelizmente, se tornando a última coisa entre as prioridades na hora do planejamento familiar e de fazer as contas.

Em tempos de crise, as pessoas optam por alimentos com grande rendimentos e de baixo custo como alimentos prontos, massa ou arroz branco, mas que nem sempre são as melhores opções gastronômicas por serem ricas em carboidratos simples, elevarem a glicemia rapidamente e apresentarem pouco valor nutricional. Mas será que é possível comer bem, ter uma boa alimentação e uma dieta equilibrada, mesmo com pouca grana? Sim.

Engana-se quem acha que para comer bem é preciso gastar muito. Não necessariamente a alimentação mais nutritiva será aquela que mais pesa no bolso. Os chamados produtos light ou zero disponíveis nas prateleiras do mercado não são automaticamente sinônimo de mais saudáveis e melhores, o que abre espaço para produtos naturais, não processados e altamente nutritivos que estão bem diante de nós e custam bem menos do que outras opções ditas saudáveis.

Abaixo trago algumas dicas para manter a dieta e a saúde mesmo em tempos de restrição financeira. Confira:

1. Reduza o consumo de proteína animal

Embora não se possa negar o papel da proteína animal em diversas dietas, não é necessário ter, por exemplo, a carne vermelha em todas as refeições.

Tenha uma alimentação à base de vegetais acompanhada de carnes como frango e peixes. Espécies abundantes no litoral brasileiro como a sardinha costumam sair bem mais em conta e são extremamente nutritivas. Esta mudança será boa não só para a sua carteira como para a sua saúde.

2. Compre fruta ou vegetais de época

Devido a sazonalidade, frutas e vegetais variam de preço ao longo do ano. Opte por frutas, legumes e verduras da época para aproveitar sempre os menores preços, devido a maior produção.

Além disso, comer mais legumes e verduras aumenta a ingestão de fibras, o que ajuda a regular o intestino, a absorver gorduras e aumenta a sensação de saciedade.

3. Troque refrigerantes por água ou chás

O refrigerante, além de ser uma bomba de açúcar adicionado e corantes, que são apontados por alguns estudos como possíveis causadores de câncer, pode também pesar no orçamento familiar quando se está com pouco dinheiro. Dois Litros de refrigerante, que rende aproximadamente de 8 a 10 copos, pode custar até 10 reais. Se o consumo for diário, de segunda a sexta, temos 200 reais por mês somente com isso.

Em vez de refrigerante, opte pela água ou pelo chá como substituto. Uma caixa de chá com 25 saquinhos ou um pacote com a erva moída do seu chá preferido pode custar menos da metade do preço do refrigerante por cada dois litros de preparo, e ainda adicionando benefícios para a sua saúde.

4. Vá à feira

As feiras costumam ser boas oportunidades para comprar alimentos frescos e a bom preço. Apesar da modernidade e dos hipermercados, ainda é possível encontrar feiras semanais ou quinzenais em praticamente todas as cidades do Brasil. Use as dicas da época das nossas avós e pesquise, pechinche ou até mesmo aproveite o final da feira, onde os preços tendem a cair.

Ali podem ser adquiridos legumes, verduras e frutas mais frescas e muitas vezes direto do produtor. Em geral, pequenos produtores costumam oferecer produtos de maior valor nutricional.

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Qual impacto que a má alimentação quando jovem nos trará na velhice? http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/2020/01/17/qual-impacto-que-a-ma-alimentacao-quando-jovem-nos-trara-na-velhice/ http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/2020/01/17/qual-impacto-que-a-ma-alimentacao-quando-jovem-nos-trara-na-velhice/#respond Fri, 17 Jan 2020 07:00:40 +0000 http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/?p=595

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Muitas vezes nos esquecemos que um dia estaremos na terceira idade. Em especial jovens têm a sensação de que nunca vão envelhecer e acham que tudo está muito distante de se tornar realidade. Como consequência, negligenciamos certos cuidados com a saúde e a alimentação durante a vida, e quando somos mais velhos, o corpo começa a cobrar a conta dos exageros e abusos da juventude.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, no Estado de São Paulo, em outubro de 2018, com os jovens acompanhados pela atenção básica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), seis a cada 10 jovens se alimentam mal. Uma média de 60% dos adolescentes consomem industrializados regularmente, como macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote ou biscoito salgado, 46% consomem hambúrguer e/ou embutidos e 43% comem biscoitos recheados, doces ou guloseimas. Isto pode trazer consequências anos depois, até mesmo antes de atingir a velhice, ocasionando em hipertensão, diabetes, alterações articulares e comportamentais.

Felizmente, hoje a expectativa média de vida é maior no Brasil. As novas gerações estão se beneficiando da ciência e de condições de vida melhores, com mais acesso a saneamento básico, condições de trabalho mais dignas e disponibilidade de alimentos mais abundante. No entanto, alguns outros supostos benefícios dos tempos atuais podem levar a sérios problemas na velhice. O sedentarismo e o abuso no consumo de alimentos ultraprocessados e fast foods são apontados como as principais causas hoje de doenças como a diabetes e certos tipos de câncer, por exemplo.

A expectativa de vida segue aumentando no Brasil, chegando a 72 anos e 5 meses para os homens e 79 anos e 4 meses para as mulheres. A média é de 75,5 anos no geral. Em 1960, era de 52 anos apenas. Isto mostra que se tornam fundamentais ações de saúde que possam contribuir com a melhoria da qualidade de vida dos idosos brasileiros e a alimentação é parte importante disto.

Alimentação para aumentar a longevidade

As principais medidas para uma melhor saúde geral e maior qualidade de vida estão em uma alimentação saudável e na prática regular de exercícios físicos. Não há segredo. Melhorando a alimentação podemos prevenir diversas doenças como a osteoporose e até mesmo a depressão.

Temos que ter a consciência de que com a idade o corpo sofre mudanças e com isso precisamos estar atentos ao contexto que estas mudanças promovem na vida de um idoso ou na nossa rotina quando lá chegamos.

Os alimentos passam a ser aproveitados de forma diferente pelo organismo na terceira idade, devido a essas mudanças que naturalmente estão relacionadas a alterações na função hormonal e no metabolismo. Com isso, o corpo tem maior necessidade de nutrientes e sofre perda de massa muscular (sarcopenia) e força. Isto atinge a 40% da população acima de 65 anos e 60% dos indivíduos com mais de 80 anos.

Consequências de uma má alimentação

Um estudo publicado em 2019 na revista científica The Lancet mostrou que um em cada cinco mortes no mundo foram provocadas pela má alimentação em 2017. Os excessos cometidos e as escolhas inadequadas no que tange a esse assunto, como optar por alimentos ricos em gorduras e açúcares adicionados, causam inúmeros desdobramentos que levam a óbito, já que está relacionada ao desenvolvimento de obesidade e sobrepeso, doenças cardiovasculares, câncer e diabetes tipo 2.

Apesar da tecnologia e dos meios disponíveis para o aumento da longevidade, produtos altamente processados, carregados de sal, corantes e açúcar adicionado são hoje um grande problema para a saúde. Há tempos atrás a disponibilidade de alimentos era muito menor e algumas pessoas tinham problemas nutricionais por este motivo. Hoje, a disponibilidade de alimentos é imensa, maior do que em qualquer período da história, mas estamos adoecendo por causa da nossa própria comida.
Como usar a alimentação para ter uma melhor velhice

Uma melhor abordagem nutricional e, quando necessária, suplementação, podem ser muito eficazes para diminuir os efeitos da perda muscular e melhorar a qualidade de vida na velhice.

Estudos tem apontado a importância da vitamina D e do ômega 3 para a saúde do idoso, sendo importante manter a ingestão desses nutrientes em níveis adequados através da alimentação e da suplementação.

Além disso, um nutricionista sempre deve ser consultado, não apenas para dietas de emagrecimento, mas para estipular maneiras de obter aquilo que o corpo precisa, vitaminas, minerais e todo tipo de nutrientes, para seu pleno funcionamento.

Se começarmos hoje a fazer escolhas melhores e mais conscientes no que tange a alimentação, teremos todos uma melhor velhice, acometidos por menos doenças e limitações, aumentando consequentemente nossa longevidade, de forma plena, vivendo mais e melhor.

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5 tendências nutricionais que vão ajudar a mudar sua alimentação em 2020 http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/2020/01/03/5-tendencias-nutricionais-que-vao-ajudar-a-mudar-sua-alimentacao-em-2020/ http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/2020/01/03/5-tendencias-nutricionais-que-vao-ajudar-a-mudar-sua-alimentacao-em-2020/#respond Fri, 03 Jan 2020 07:00:37 +0000 http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/?p=588

Hambúrguer vegano e outros alimentos à base de plantas devem ocupar cada vez mais espaço em nosso prato | Crédito: iStock

2019 foi um grande ano para a nutrição. Graças às redes sociais e a uma propagação por parte da mídia e dos influenciadores de um estilo de vida mais saudável, foi perceptível o aumento da procura por produtos saudáveis e de pessoas que passaram a ter uma alimentação vegetariana ou vegana, reduzindo o consumo de carne.

Refeições mais orgânicas, mais saudáveis e com menos teor de sódio, gorduras totais e açúcares foram os protagonistas em 2019. Mas agora em 2020 novas tendências estão aparecendo.

Nos Estados Unidos, a Whole Foods Market, uma das principais redes de supermercados que trabalha exclusivamente com alimentos orgânicos e saudáveis, liberou um documento que aponta com base no consumo e nas tendências de mercado, quais serão os alimentos saudáveis mais populares de 2020.

 1 – Aumento do consumo de alimentos orgânicos e à base de vegetais

Cada vez mais as pessoas estão optando por comprar produtos de marcas que sigam premissas sustentáveis e que evitem ou reduzam o uso de agrotóxicos. Isto é uma tendência que o próprio mercado já percebeu e por isso redes como a Whole Foods têm prosperado nos EUA.

No Brasil, aumentou bastante a oferta e o consumo de alimentos orgânicos, assim como de alimentos feitos à base de plantas e proteína vegetal. Em 2019, o Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (Organis), em parceria com a Brain — Bureau de Inteligência Corporativa, realizou uma pesquisa com milhares de pessoas entrevistadas e descobriu que 19% delas optaram por consumir algum produto orgânico, o que representa um crescimento de 2% em relação ao ano anterior e aponta a tendencia de que em 2020 pelo menos 1 a cada 5 pessoas no país opte por colocar à mesa alimentos deste tipo. 

Quanto ao consumo de legumes, verduras e o uso de proteína vegetal na alimentação, uma pesquisa global que foi feita pelo Research and Markets apontou que o mercado de substitutos da carne deve valer US$6,3 bilhões em 2023, o que representa um crescimento de 45,8% nos próximos três anos.

Tom Hayes, CEO da Tyson Foods, maior produtora de carne do mundo, apontou um futuro cada vez mais sem a presença da proteína de origem animal e vem investindo pesado em alternativas vegetais. O empresário recentemente comprou parte das ações da Beyond Meat, empresa que produz o Beyond Burger (hambúrguer à base de vegetais). Segundo ele, o mercado está acompanhando as demandas dos consumidores que buscam alimentos mais saudáveis.

2 – Snacks saudáveis prontos pra consumo

É uma tendência a praticidade. Alimentos que tenham alto valor nutricional mas que sejam fáceis de consumir, que estejam prontos ou de preparo simplificado. Assim como o whey protein, que basta adicionar leite ou água, ter um snack pronto a qualquer hora do dia parece o ideal para acompanhar o estilo de vida corrido em que vivemos.

Nas prateleiras dos mercados, ovos vendidos já cozidos, pickles de vegetais e sopas prontas estarão em alta devido à praticidade. Barras de proteína e frutas nunca saem de moda. 

3 – Menu infantil saudável

É dever dos pais ajudar os filhos a desde cedo perceberem o valor de escolher alimentos mais saudáveis para o consumo.

Visando isto, muitas marcas estão apostando em oferecer nas prateleiras dos mercados alimentos orgânicos com formatos divertidos, estrelinha, bichinho, tudo muito colorido e de modo que chame a atenção das crianças, auxiliando os pais na hora de oferecerem aos filhos verduras e legumes, que geralmente não são tão atrativos para os pequenos.

Até mesmo as grandes redes de Fast food, que são os vilões de qualquer alimentação saudável, estão se rendendo a isto e oferecendo menus infantis com frutas no lugar de doces, sucos e chás. Tudo numa tentativa de recuperar uma parcela do mercado perdida nos últimos anos com a busca por um estilo de vida mais saudável.

4 – Teor reduzido de açúcar adicionado nos alimentos

Com a pressão da sociedade por alimentos mais saudáveis, a indústria vem reduzindo gradualmente a adição de açúcar aos alimentos como chocolates, refrigerantes, sucos e industrializados em geral.

 Hoje muitos destes produtos têm sido vendidos em versões zero açúcar ou com reduzido teor de açúcar adicionado.

 Além disso muitos têm optado por açúcares que venham da fruta como o coco, ou até de romãs, assim como xaropes naturais para adoçar as refeições e isto deve seguir forte como tendência em 2020.

5 – Bebidas sem álcool

O mercado de bebidas sem álcool foi destaque em 2019 e segue forte como tendência para os próximos anos. Segundo um estudo da Esti Cast Research & Consulting, o mercado global de cerveja sem álcool deve crescer a um ritmo médio de 12,3% ao ano até 2025. Na Espanha, por exemplo, em 2019, pelo menos 15% das cervejas vendidas no país eram sem álcool. 

 A tendência está encontrando lugar principalmente entre os mais jovens e os adeptos de um estilo de vida mais saudável, já que o álcool além de ser responsável por boa parte dos acidentes nas estradas também está associada a diversos problemas.

 As bebidas sem álcool também são reduzidas em calorias. Uma lata de cerveja sem álcool com 350 ml, por exemplo, tem em média 53 calorias contra 145 da versão alcoólica normal.

 A cerveja sem álcool trata-se de uma bebida mais natural, que pode oferecer alguns benefícios por conter uma concentração significativa de compostos bioativos de ação antioxidante. Também é um produto livre de açúcar adicionado, aditivos químicos e adoçantes artificiais.

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Afinal de contas, o que define uma alimentação saudável? http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/2019/12/20/afinal-de-contas-o-que-define-uma-alimentacao-saudavel/ http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/2019/12/20/afinal-de-contas-o-que-define-uma-alimentacao-saudavel/#respond Fri, 20 Dec 2019 07:00:20 +0000 http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/?p=581

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Esta é uma dúvida recorrente e todos os dias recebo muitas mensagens de pessoas que querem de uma vez por todas estabelecer o que é uma alimentação saudável. Ao longo dos anos nosso conceito de alimentação saudável está em transformação, assim como a própria nutrição. Muitos alimentos que antes eram considerados vilões, como o ovo, hoje são considerados benéficos, e este avanço se deve à toda a pesquisa e ciência que vem se desenvolvendo desde o século 18.

Mas, de acordo com a ciência e a nutrição, o que é uma alimentação saudável? O que sabemos sobre isto? Para explicar melhor, gostaria de falar brevemente sobre como surgiu a ciência da nutrição e de onde vêm as bases para as afirmações que os nutricionistas como eu fazem a respeito de dietas e planos alimentares.

Breve histórico da nutrição

Embora a nutrição seja um assunto estudado desde a Grécia Antiga, por Hipócrates, e já ser conhecida até pela medicina oriental, o que hoje consideramos como nutrologia teve como pai Lavoisier em 1770, a partir dos seus estudos dos processos de combustão dos alimentos e a respiração celular.

Lavoisier criou equipamentos para medir o calor dos alimentos e a energia liberada na combustão dos mesmos e assim descobriu que a fonte de energia do nosso organismo era a combustão controlada do que ingerimos (especialmente a dos carboidratos), com liberação de gás carbônico e água. Isto deu origem ao conhecimento que temos hoje sobre as calorias. A partir daí, muitos conceitos foram mudados.

Em 1919 Harris e Benedict realizaram estudos sobre a Taxa de Metabolismo Basal (TMB) –energia básica para a sobrevida. As equações que levam à TMB, que tem sua origem a partir da medida das trocas respiratórias medidas por um calorímetro respiratório, são usadas até hoje para muitas dietas que são prescritas, com base no equilíbrio calórico e metabólico.

Note que antes destas descobertas, o conceito de alimentação e dieta era mais empírico. Logo, se dizia que certo alimento fazia bem ou mal por observação. Importante considerar também que a obesidade só passou a ser considerada um problema de saúde do final do século 19 em diante, já que um dia, estar acima do peso era considerado sinônimo de saúde e prosperidade.

Calorias x saúde

Mas afinal, alimentação saudável tem a ver com calorias? Sim. No entanto, não apenas isto. Não é saudável, por exemplo, ter um gasto calórico diário de 2.000 calorias e ingerir 5.000 no mesmo período. Isto acarreta certamente em sobrepeso. Mas alimentação saudável vai muito além do equilíbrio energético. É preciso levar em consideração a quantidade de macronutrientes (carboidratos, proteínas, gorduras e água) e micronutrientes (vitaminas, minerais e fibras da dieta). Nos macronutrientes é que estão os valores calóricos dos alimentos (HIRSCHBRUCH, 2008).

Nutrientes

Uma alimentação saudável e equilibrada é aquela que nos fornece não apenas quantidade de calorias adequada às nossas necessidades, mas também nutrientes para o pleno funcionamento do organismo.

Em 1905, William Fletcher foi o primeiro cientista a determinar se a remoção de fatores especiais, conhecidos como vitaminas, dos alimentos poderia ser prejudicial ao corpo ou ocasionar em doenças. No ano seguinte, o bioquímico Frederick Gowland Hopkins constatou que certos fatores alimentares eram importantes para a saúde, estabelecendo a importância dos nutrientes na dieta e em 1912, Cashmir Funk classificou as partes nutricionais de alimentos como “vitaminas”. Dai em diante, a ciência evoluiu e hoje conseguimos mensurar muito mais e melhor que nutrientes precisamos para promover não apenas resultados estéticos mas saúde.

O que é então uma alimentação saudável?

Sabemos que tudo isto e toda a história da evolução da nutrição como ciência é muito bacana e hoje com a internet e o maior acesso à informação, muitos têm à disposição informações nutricionais valiosas, vindas de profissionais respeitados e fontes confiáveis. Mas a verdade é que, no dia a dia, temos uma rotina cada vez mais intensa de trabalho, estudos, projetos, família e com isso muitos acabam por negligenciar a alimentação e apelam para o fast food e os industrializados.

Uma alimentação saudável é por regra aquela que inclui maior quantidade de produtos naturais, diversidade e engloba os principais nutrientes dentro das suas necessidades e daquilo que o teu corpo precisa para um funcionamento pleno e que tenha uma quantidade de calorias igualmente adequada para o seu metabolismo e necessidades energéticas diárias, que para um adulto médio costuma estar entre 2.000 kcal, em média.

Embora cada um precise passar por uma avaliação com um profissional capacitado, um nutricionista, para definir um plano alimentar, é consenso que uma alimentação saudável inclui quatro a cinco refeições balanceadas durante o dia, que tenham proteínas, gorduras e carboidratos em quantidades adequadas e que respeitem o gasto calórico de cada um. Retirar o açúcar adicionado, evitar industrializados, refrigerantes, comidas muito gordurosas e aumentar a ingestão de verduras, legumes e fibras é por via de regra muito bem vindo para o organismo, salvos os que tenham alergias e intolerâncias específicas. Logo alimentação saudável é aquela que é o mais natural possível, que é majoritariamente feita de comida de verdade.

Pode parecer simples e até banal dizer estas coisas, mas não é. Hoje existem muitos alimentos ditos saudáveis que na verdade são bombas de sódio e corantes, além de esconderem com nomes alternativos acúcar refinado embutido e gorduras. É preciso ficar de olho. Tudo que precisamos para ter uma alimentação saudável está diante de nós. Agora é fazer boas escolhas nutricionais e termos uma vida mais plena.

Referências bibliográficas:
HENDLER, S.S. A enciclopédia de vitaminas e minerais. Rio de Janeiro, Ed. Campus, 1994.
HIRSCHBRUCH, M.D., CARVALHO, J.R. Nutrição esportiva: uma visão prática. 2ª Ed., Barueri –SP, Ed. Manole, 2008.
MAHAN, L.K., ESCOTT-STUMP, S. Krause, Alimentos, nutrição e dietoterapia. São Paulo, Ed. Roca, 2005.
MCARDLE, W.D, KATCH, F.I., KATCH, V.L. Fisiologia do exercício. Rio de Janeiro, Ed. Guanabara Koogan, 2003.
PHILIPPI, S.T. Pirâmide dos alimentos: fundamentos básicos da nutrição. Barueri –Sp, Ed. Manole, 2008.
SILVA, S.M.C. S., MURA, J.D.P. Tratado de alimentação, nutrição e dietoterapia. São Paulo: Ed Roca, 2007.
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Natal não combina com culpa: liberte-se dela para ter boas festas com saúde http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/2019/12/06/natal-nao-combina-com-culpa-liberte-se-dela-para-ter-boas-festas-com-saude/ http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/2019/12/06/natal-nao-combina-com-culpa-liberte-se-dela-para-ter-boas-festas-com-saude/#respond Fri, 06 Dec 2019 07:00:19 +0000 http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/?p=578

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O Natal é um tempo de festa e celebração. Celebramos Jesus, o maior nome do universo, que mudou a história da humanidade. Celebramos um tempo de graça, salvação e vida, e fazemos tudo isso na presença dos amigos e família. Logo, a noite de Natal não é um tempo para ficarmos neuróticos e pensando em outra coisa senão sermos felizes, e a ceia natalina faz parte disso, por diversos motivos.

Mas atenção: não é porque no Natal tiramos um tempo para pegarmos mais leve que temos que comer em uma noite tudo que não comemos em um ano. O que não pode faltar na mesa além de boa comida é o bom senso. Eu sempre digo a vocês aqui no blog e através das minhas redes sociais a importância de buscarmos o equilíbrio, e o Natal é uma boa ocasião justamente para colocarmos isto à prova.

É possível ter uma refeição livre no Natal, sim, mas sem ir com muita sede ao pote. Como já disse outras vezes, refeições livres ocasionais ajudam o organismo a ter um choque metabólico e trabalhar bem. É possível desfrutar de pratos não necessariamente light se observado o critério da moderação, de apreciar pequenas quantidades das comidas à mesa. Isto não vai arruinar o seu quadris. Não é bem assim. Não estrague a sua noite contando calorias e com a cabeça cheia de culpa achando que na manhã do dia 25 você estará acima do peso e infeliz por causa de uma colher de chocolate ou um prato pequeno com um pouquinho de doces: coma de tudo, mas não tudo. Percebe a diferença? Quem come pouco, come de tudo um pouco!

O conceito de saúde inclui também uma mente saudável. De nada adianta um corpo saradíssimo, com baixo percentual de gordura, se dentro dele não habitar uma pessoa feliz, realizada e equilibrada. Qualquer exagero, seja o que tende para a obesidade e o sedentarismo quanto o que tende para uma vida extremamente aficcionada por dieta e exercícios extenuantes, qualquer um destes exageros, não é saudável e não representa equilíbrio.

Como nutricionista, é meu dever sempre apontar caminhos que a ciência, através de estudos sérios e realizados com o máximo rigor, considera como verdadeiros. Logo, o que eu sugiro é que vocês façam escolhas e substituições saudáveis no que diz respeito aos pratos de natal. A quantidade de alimentos com teor reduzido de açúcar, calorias e gorduras totais disponível hoje no mercado é muito maior e que quase não se nota diferença. É possível ter à mesa opções de pratos mais saudáveis, com mais nutrientes e menos calorias vazias, mas o Natal não é uma época para neuras.

Só o fato de optar pelos pratos tradicionais em versões mais saudáveis, cortando frituras e gordura em excesso e optando por versões menos açucaradas de doces e bebidas doces já é um grande beneficio.

Para mim, o conceito de saúde é corpo são e mente sã, como era o antigo lema olímpico do Barão de Coubertin. Somos seres sociais e precisamos estar com as pessoas. Aproveite a ceia de Natal para se aproximar de amigos e parentes com quem ao longo do ano você não tem oportunidade de falar, se permita comer coisas que durante o ano você evita para manter o foco e a disciplina alimentar. Viva. Por que, infelizmente, estes momentos não se repetirão todos os dias.

Observando as dicas abaixo você não vai precisar de um detox pós natal e tanto o seu shape co-mo a sua vida social e a sanidade mental vão seguir intactos:

5 dicas para um natal mais saudável

  1. Desfrute a companhia de amigos e família;
  2. Considere o verdadeiro significado desta data;
  3. Divirta-se;
  4. Comida com moderação, mas sem peso e culpa;
  5. Procure fazer escolhas mais saudáveis para compôr a mesa, mas se permita menos rigor.

A Fundação Britânica de Nutrição (British Nutrition Foundation) preparou um guia especial com opções de substituições saudáveis para a ceia natalina, que pode ser baixado de graça (texto em inglês).

Referências
Harvard Medical School: https://www.health.harvard.edu/blog/12-tips-for-holiday-eating-201212245718
Loughboroug University – Why indulgence is better for your diet this Christmas: https://www.lboro.ac.uk/news-events/news/2017/december/why-indulgence-is-better-for-your-diet-this-christ/
How Much Damage Does Indulging Over the Holidays Actually Do?: https://health.usnews.com/wellness/food/articles/2016-12-23/how-much-damage-does-indulging-over-the-holidays-actually-do
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Respostas às 9 perguntas que mais recebi em 2019 http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/2019/11/22/respostas-as-10-perguntas-que-mais-recebi-em-2019-sobre-nutricao/ http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/2019/11/22/respostas-as-10-perguntas-que-mais-recebi-em-2019-sobre-nutricao/#respond Fri, 22 Nov 2019 07:00:31 +0000 http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/?p=567

Por ser nutricionista, todos os dias recebo muitas perguntas relacionadas a emagrecimento, vida saudável, dieta e alimentação. No entanto muitos assuntos costumam ser recorrentes e aparecem muitas vezes na minha caixa de e-mails e nas redes sociais, vindos de pessoas diferentes que seguem o meu Instagram ou acompanham aqui o blog.

De tempos em tempos, separo algumas destas perguntas e usar o espaço aqui do blog para responder, de modo que estas respostas ajudem a esclarecer mais pessoas ao mesmo tempo. Seguem abaixo as 10 perguntas que mais recebi até agora, desde o início do ano de 2019, sobre nutrição (e uma pergunta bônus):

1. É possível perder peso e nunca mais voltar a engordar?

Voltar a engordar depende de diversos fatores, assim como emagrecer também. Não existe a pílula mágica que te deixa magra pra sempre e que através dela nunca mais volte a engordar, independente dos seus hábitos. Lamento por isto, mas é a verdade.

Sabemos que existem algumas pessoas que realmente têm um metabolismo muito acelerado e inclusive encontram dificuldade para ganhar peso e que se excluem desta regra, mas elas são a exceção e não a maioria.

Embora muitos estudos estejam sendo feitos até mesmo no campo da engenharia genética para se chegar a um produto que proporcione este mesmo efeito de “magro pra sempre” a todos, a ciência está muito longe de conseguir isto. Então por ora não tem jeito. Se sair da linha por muito tempo poderá sim voltar a engordar.

Sempre digo que o emagrecimento sustentável é aquele que promove uma mudança de comportamento e mentalidade, através da reeducação alimentar. E este é o segredo para não engordar nunca mais: se manter fiel a esta reeducação. Se a mente muda o corpo segue, e ai você não volta a engordar, mas é uma condição de ação e reação: se a cabeça continua gorda, o corpo vai seguir, porque os hábitos seguirão no sentido contrário a promover o emagrecimento. Não ache que uma vez magro poderá comer pizza 3x na semana, fast food a vontade e barris de refrigerante. É preciso ter a manutenção.

Naturalmente, o processo de emagrecimento através da reeducação alimentar pode ser mais lento que em uma dieta super restritiva daquelas que exclui um dos macronutrientes principais, como a Dieta da Proteína. No entanto, permite que você realize mudanças na sua alimentação sustentáveis, que poderão ser mantidas ao longo da vida sem prejuízo à sua saúde.

2. Pra emagrecer o segredo é sempre cortar o carboidrato?

Não necessariamente. O segredo é moderar na quantidade ingerida de carboidratos e evitar o consumo de carboidratos simples, como açúcar refinado e industrializados. Ao optar por carboidratos complexos como batata-doce, cereais e alimentos ricos em fibras, que são importantes para reduzir o índice glicêmico do carboidrato, fazemos escolhas mais saudáveis e que podem até colaborar com o emagrecimento. Alimentos integrais levam mais tempo para serem transformados em acúcar no sangue, evitando assim picos de insulina, que induz o acúmulo de gordura corporal.

3. É impossível comer chocolate sem engordar?

Não necessariamente. Não existe um consenso sobe quantidade recomendada de ingestão de chocolate, mas muitos especialistas apontam uma quantidade de no máximo 30 gramas por dia, que corresponde a um quadradinho, o que não é muito.

Se você é chocólatra, a opção mais saudável é sempre o chocolate com 70% ou mais de cacau, por ser rico em flavonóides que são substâncias antioxidantes que ajudam a combater muitos processos inflamatórios do corpo.

Com a devida orientação de um nutricionista é possível sim incluir o chocolate na sua dieta, de acordo com as suas necessidades nutricionais e o seu metabolismo. Chocolate não precisa ser banido, mas deve ser apreciado com moderação.

4. Optar por massas integrais evita que eu engorde?

Depende. Vamos considerar algumas informações: em 100 gramas de macarrão, por exemplo, a versão integral fornece 340 calorias, e a refinada, 330. Se formos considerar apenas o valor energético ambos são muito similares. No entanto, a versão integral é mais rica em fibras, que diminuem a velocidade de digestão do carboidrato.

Não necessariamente optar por massas integrais vai impedir que você engorde se não houver uma estratégia alimentar que além de promover déficit calórico resulte em uma reeducação alimentar e na ingestão em quantidades adequadas aos seus objetivos e necessidades de proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais.

5. Comer somente sopas é certeza de emagrecer?

Não. Sopas calóricas como as feitas com creme de leite e linguiça não são as melhores opções para o emagrecimento. Além disso não é nada sustentável viver só de sopa. Nenhum nutricionista vai recomendar que a sua dieta seja tão monótona, porque dietas restritivas demais são fáceis de serem abandonadas.

Sopas para propósito de emagrecimento devem ser à base de legumes e verduras. Se aquela for a refeição principal o ideal é que seja acompanhadas de uma proteína magra (frango, ovo, etc).

6. Por que emagrecemos mais no primeiro mês da dieta do que nos outros?

Acho impreciso dizer isto como uma generalidade. Sim, algumas dietas promovem maior emagrecimento na sua fase inicial e depois na fase de cruzeiro já não acontece a mesma perda de peso. Mas dietas sustentáveis costumam ter perda de peso paulatinamente. Além disso, o corpo vai se acostumando a novas dietas e hábitos.

Seria ignorar o anseio de muitos dizer que ninguém nunca vai acabar fazendo uma dieta restritiva para ter resultados mais expressivos, mas se você quer é um emagrecimento sustentável e não está em um desafio pessoal ou atlético, sempre vá pelo caminho da saúde, do bom senso e com o acompanhamento certo.

Outra coisa a se considerar pode ser o fato de que nos primeiros dias de dieta você também pode estar eliminando a retenção de líquidos e a inflamação do seu corpo, que com a liberação de toxinas proporcionada por uma alimentação saudável, começa a reverter processos inflamatórios e desincha, resultando em redução de medidas e efeito diurético.

Durante as primeiras semanas de dieta, uma perda rápida de peso é esperada porque o seu corpo, ao perceber que está sem energia, libera uma série de hormônios como o glucagon, que usa a glicose estocada dentro do fígado e dos músculos como energia, e assim muita água que também está estocada é eliminada junto e a diminuição da retenção de líquidos acontece, promovendo perda de peso como consequência da perda de água.

Agora, em relação a estagnar na perda de peso em uma dieta, o chamado efeito platô, pode acontecer mesmo com você fazendo tudo certo e não furando nunca o programa alimentar.

7. Nunca mais vou poder comer fora do meu plano alimentar na vida?

Isto não é verdade. Até mesmo atletas e fisiculturistas de alto rendimento têm dias off. Refeições livres, dependendo da estratégia adotada, podem até ajudar no processo, promovendo choque metabólico e impedindo que o corpo se acostume com a dieta.

É importante perceber que viver uma vida saudável não significa dizer adeus à sua vida social de uma vez por todas, e nem deixar de ir à festas de família e eventos. Uma vida saudável está ligada ao fato de fazer escolhas conscientes e conhecer o próprio corpo e os seus limites.

Você pode sair da dieta? Sim. Mas se você tem um objetivo, não vai exagerar e colocar o pé na jaca. Junto com o seu nutricionista você pode definir estratégias e aprender conforme a resposta do corpo. Além disso, se você não é um atleta profissional que precisa chegar em palco “pele e músculo”, então não é preciso ser tão perverso consigo mesmo, pois até mesmo atletas tem fase de bulking e dias off.

Retirar o acúcar adicionado da alimentação, evitar industrializados, refrigerantes e fast food já faz uma grande diferença no corpo e na saúde. Mais importante do que levar uma dieta a ferro e fogo é ter uma vida plena e saudável.

8. Afinal, o abacate engorda ou emagrece? Se emagrece então posso comer à vontade?

Em primeiro lugar, nenhum alimento engorda ou emagrece, isso depende muito mais da sua dieta como um todo. Esta fruta é rica em gordura boa (do tipo ômega-9), magnésio e vitamina B6, além de seu consumo promover saciedade.

Lado positivo: contém substâncias anti-inflamatórias que ajudam a perder medidas, melhoram a saúde geral, sendo benéfico para a dieta. Em 100g contém em média 12% da ingestão diária recomendada de fibras.

Lado negativo: o abacate é muito calórico, e, por isso, precisamos ter muita moderação no seu consumo. Contém em média 95 calorias por 100 g.

Veredito: Ele ajuda a emagrecer, mas se consumido em quantidades moderadas de acordo com a estratégia alimentar.

9. Arroz e feijão engordam?

Em excesso tudo engorda. Contudo, a dupla arroz e feijão, em porções adequadas ao seu consumo calórico diário, é muito nutritiva, já que os aminoácidos encontrados em ambos oferecem se completam, o que ajuda a saciar a fome e reparar os músculos. O consumo do arroz e do feijão juntos é mais interessante e beneficia mais o organismo do que separadamente. O corpo tem dificuldade para digerir todas as proteínas do feijão de maneira isolada, mas quando consumimos junto com o arroz, o aumentamos o aproveitamento das proteínas e vitaminas que lá estão.

O feijão é uma das leguminosas com melhor composição nutricional possível, possuindo vitaminas do complexo B, ferro, zinco, cálcio, potássio, cobre e magnésio sendo ainda também uma ótima fonte de fibras. O feijão é uma das melhores fontes disponíveis do aminoácido lisina, que é responsável por processos de restauração tecidual e contribuiu para o crescimento até os 21 anos.

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Por que também devíamos nos preocupar com a segurança alimentar na dieta? http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/2019/11/08/por-que-tambem-deviamos-nos-preocupar-com-a-seguranca-alimentar-na-dieta/ http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/2019/11/08/por-que-tambem-deviamos-nos-preocupar-com-a-seguranca-alimentar-na-dieta/#respond Fri, 08 Nov 2019 07:00:44 +0000 http://bellafalconi.blogosfera.uol.com.br/?p=564

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A história da segurança alimentar é quase tão antiga como o próprio ser humano e começou quando o indivíduo entendeu que existiam certos alimentos que lhe eram naturalmente tóxicos, como cogumelos e frutos venenosos. Hoje, a importância da segurança alimentar reside não apenas do consumo seguro de alimentos comprovadamente não tóxicos, mas na qualidade dos alimentos ditos adequados ao consumo e no seu modo de preparo, assim como em todo o processo entre a produção e o nosso prato. E por que deveríamos dar mais atenção a isto?

A alimentação é essencial para a vida, mas a ingestão de alimentos contaminados pode causar doenças e até mesmo à morte. Casos como ingestão de carne de porco com cisticercose (que levam até o cérebro ovos de Tênia) e diarreias e desidratação causadas por alimentos contaminados por salmonela são apenas dois exemplos de como a segurança alimentar é crucial para nossa própria saúde, não se tratando apenas de comer alimentos nutritivos e saudáveis, mas também seguros. Por esse motivo, essa questão abraça todas as etapas do processo alimentar, preparação, confecção, distribuição, etc. de forma a garantir que o alimento atende ao que é preciso para o ser humano e que não lhe causará danos.

A questão alimentar vai muito além do pão nosso de cada dia nas mesas da nossa casa e uma possível disenteria decorrente de intoxicação alimentar leve, mas atinge o mundo em escala macro. Embora sejamos hoje a geração mais bem preparada para dar fim ao maior problema solucionável do mundo, que é a fome, 815 milhões de pessoas tem acesso a menos alimentos do que o necessário para sua subsistência, numa população global de quase 8 bilhões de pessoas. Mas além do problema do desperdício, que se refere a 1/3 de todos os alimentos é perdido ou desperdiçado, segundo a ONU, a insegurança alimentar junto à fome simultaneamente comprometem o desenvolvimento humano, as perspectivas de desenvolvimento das sociedades e o potencial econômico dos países.

À medida que a cultura, a sociedade e os hábitos alimentares se transformaram com o passar dos séculos, a segurança alimentar foi se tornando mais séria e presente. Por exemplo, as leis bíblicas do antigo estado de Israel incluem referência a alimentos proibidos para o consumo, assim como métodos adequados de preparação das refeições e a importância da higiene alimentar, do lavar as mãos e outros processos. A chamada alimentação kasher até hoje é a regra alimentar dos judeus ortodoxos e consistem em um conjunto de regras de segurança alimentar dos mais antigos do mundo.

Séculos depois, o reconhecimento por Antonie van Leeuwenhoek da existência de microrganismos que tinham impacto na segurança alimentar, a introdução de processos com a utilização de calor em alimentos, com o trabalho de Appert e Pasteur, junto com os avanços na medicina e na área da microbiologia alimentar, foram um passo crucial na cultura ocidental para a segurança alimentar e que perdura ate hoje (Griffith, 2006).

Órgãos como a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e os demais sistemas de gestão em segurança alimentar são fundamentais para ajudar a termos sempre o melhor alimento disponível à mesa. No entanto, e importante ressalvar que o sucesso e eficácia destes sistemas depende intrinsecamente de diversos processos, desde o cultivo até a chegada à prateleira dos supermercados e consequentemente à nossa mesa.

As doenças de origem alimentar têm como causas vários tipos de ameaças, provenientes de elementos físicos, biológicos e químicos. Contudo, se tratando de segurança alimentar, ainda não se dispõe de dados suficientes ou de técnicas de pesquisa definidas para avaliar com total exatidão, por exemplo, como é feito o manuseio destes alimentos não apenas no plantio e na colheita, mas no armazenamento e distribuição durante toda a cadeia produtiva até chegar a nós. Por isso casos como intoxicações alimentares ou encontrar animais mortos dentro de embalagens supostamente lacradas, assim como uma série de alterações indesejadas têm sido verificadas com certa frequência, muito abaixo da desejada, e encontram-se casos por todo o mundo, em especial países onde não há controle rigoroso destes aspectos.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) em 2015 alertou para que a fiscalização fosse “do campo ao prato” no que tange aos alimentos. Acredito que é preciso sim fiscalizar toda a cadeia produtiva e comercial dos alimentos, mas em último e não menos relevante lugar, é preciso conscientizar o consumidor, que é importantíssimo no estabelecimento de uma cultura de zeladoria pela segurança alimentar, pois sem ter noção da relevância desta para a saúde pública não se preocupará em tomar parte nesta busca por alimentos melhores. A responsabilidade pela segurança alimentar abrange não só os produtores e a indústria alimentar, como também as entidades governamentais e os próprios consumidores.

Por isso, também devemos nos preocupar com a questão da segurança alimentar como forma de garantir uma melhor saúde e minimizar o risco de doenças, parasitas e todo tipo de efeito colateral indesejado que o não cumprimento das normas de higiene e cuidado com os alimentos podem trazer.

Referências
Study of food consumption: in search of a multidisciplinary approach: https://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S0034-89101997000200015&script=sci_arttext&tlng=en
Nutrição e Segurança Alimentar: https://eduportugal.eu/opcoes-de-estudo/nutricao-e-seguranca-alimentar/#
Segurança alimentar: um estudo com participantes dos grupos de idosos do município de Francisco Beltrão – PR: http://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UNIOESTE-1_2f776aef50fc6dc5635f4cecc5f2578b
Agricultura urbana e segurança alimentar: um estudo de caso no município de Maringá, estado do Paraná: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/151608
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